sábado, 14 de abril de 2012

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90377 Sedna



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90377 Sedna é um objeto transnetuniano descoberto em 2003, que atualmente está cerca de três vezes mais longe do Sol que Netuno. Sua órbita é extremamente excêntrica, com um afélio de cerca de 960 UA (32 vezes a distância de Netuno), tornando-o um dos objetos mais distantes conhecidos no Sistema Solar além de cometas de longo período.

Sedna é quase certamente um planeta anão, porém a União Astronômica Internacional ainda não o designou formalmente como tal. Mesmo com aproximadamente dois terços do tamanho de Plutão, sua distância do Sol dificulta a determinação de sua forma, então não se sabe se está em equilíbrio hidrostático. Análises espectroscópicas revelaram que a composição da superfície de Sedna é parecida à de outros objetos transnetunianos, sendo principalmente uma mistura de gelo de água, metano e nitrogênio com tolinas. Sua superfície é uma das mais vermelhas no Sistema Solar.

A órbita extrema de Sedna, com um período orbital de cerca de 11 400 anos e um perélio de 76 UA, tem criado muitas teorias sobre sua origem. O Minor Planet Center classifica Sedna como um objeto do disco disperso, um grupo de objetos enviados a órbitas alongados pela influência gravitacional de Netuno. No entanto, essa classificação tem sido contestada, uma vez que Sedna nunca chega perto de Netuno para ter sido afetado pelo planeta, o que levou alguns astrônomos a acreditarem que ele é o primeiro membro conhecido da parte interna da nuvem de Oort.

 Outros especulam que Sedna foi colocado em sua órbita atual por uma estrela, possivelmente do aglomerado em que o Sol nasceu, ou até mesmo que foi capturado de outro sistema planetário. Outra hipótese sugere que sua órbita pode ser a evidência de um grande planeta além da órbita de Netuno. O astrônomo Michael E. Brown, o co-descobridor de Sedna e dos planetas anões Éris, Haumea e Makemake, acredita que Sedna é cientificamente o objeto transnetuniano mais importante já descoberto, pois o entendimento de sua órbita anormal provavelmente vai fornecer informações valiosas sobre a origem e evolução do Sistema Solar.

Descoberta e nomeação


Sedna foi descoberto por Mike Brown (Caltech), Chad Trujillo (Observatório Gemini) e David Rabinowitz (Universidade Yale) em 14 de novembro de 2003, recebendo a designação provisória 2003 VB12. A descoberta foi parte de uma pesquisa começada em 2001 com o telescópio Samuel Oschin no Observatório Palomar, situado perto de San Diego, Califórnia. Nesse dia, um objeto foi visto se movendo 4,6 segundos de arco em 3,1 horas, indicando que ele estava a cerca de 100 UA.

 Outras observações em novembro e dezembro de 2003 com o telescópio SMARTS no Observatório de Cerro Tololo no Chile e com o telescópio Tenagra IV no Observatório W. M. Keck no Havaí revelaram que o objeto estava se movendo em uma órbita distante e excêntrica. Mais tarde o objeto foi descoberto em imagens precovery feitas pelo telescópio Samuel Oschin assim como no arquivo do Near Earth Asteroid Tracking. Essas imagens expandiram o arco orbital conhecido e permitiram calcular sua órbita com mais precisão.

"A nossa mais recente descoberta é o lugar mais frio e distante conhecido no Sistema Solar," disse Mike Brown em seu site, "então nós achamos apropriado nomeá-lo em homenagem a Sedna, a deusa inuíte do mar, que segundo a mitologia vive no fundo do Oceano Ártico." Brown também sugeriu ao Minor Planet Center que outros objetos descobertos na região orbital de Sedna deveriam ser nomeados também a partir de entidades das mitologias árticas. A equipe anunciou o nome "Sedna" antes mesmo do objeto ser numerado oficialmente. Brian Marsden, o diretor do Minor Planet Center, disse que isso era uma violação de protocolo, e que alguns membros da UAI poderiam votar contra o nome. No entanto, não houve oposição, e nenhum nome concorrente foi sugerido. O nome foi aceito formalmente em setembro de 2004, e foi anunciado que, em casos parecidos de descoberta extraordinária, iria ser possível nomear um corpo antes de ele ser oficialmente numerado.


Órbita e rotação

Sedna possui um dos maiores períodos orbitais dentre todos os objetos conhecidos no Sistema Solar, calculado em cerca de 11 400 anos, menor apenas que o de cometas e alguns corpos menores. Sua órbita é extremamente excêntrica, com um afélio estimado em 937 UA e um perélio de cerca de 76 UA, o perélio mais distante já observado para qualquer objeto do Sistema Solar. Na época de sua descoberta ele estava se aproximando do perélio, a 89,6 UA do Sol, e era o objeto mais distante já observado.

 Em 2005 Éris foi detectado pela mesma pesquisa a 97 UA. Embora a órbita de alguns cometas de longo período se estendam mais longe que a de Sedna, eles são muito pouco brilhantes para serem descobertos, exceto ao se aproximarem do perélio no Sistema Solar interno. Mesmo quando Sedna alcançar o perélio na metade de 2076, o Sol iria aparecer apenas como uma estrela muito brilhante no seu céu, somente cem vezes mais brilhante que a Lua cheia na Terra, e muito distante para ser visível como um disco a olho nu.

Quando foi descoberto, acreditava-se que Sedna tinha um período de rotação anormalmente grande (20 a 50 dias). Inicialmente especulava-se que Sedna tinha um grande companheiro binário, similar à lua de Plutão Caronte, o que explicaria o grande período de rotação. Uma busca por um satélite pelo Telescópio Espacial Hubble em março de 2004 não achou nada, e medições subsequentes feitas pelo telescópio MMT sugerem um período de rotação muito menor de cerca de 10 horas, o que é típico para um corpo do tamanho de Sedna.


Características físicas


Sedna tem uma magnitude absoluta (H) de 1,6, e possui um albedo estimado entre 0,16 e 0,30, dando assim um diâmetro entre 1 200 e 1 600 km. Na época de sua descoberta ele era o maior objeto achado no Sistema Solar desde Plutão em 1930. Mike Brown e sua equipe acreditam que ele é o quinto maior objeto transnetuniano conhecido depois de Éris, Plutão, Makemake e Haumea. Em 2004, os descobridores colocaram um limite superior de 1 800 km em seu diâmetro, mas em 2007 o valor foi revisto para 1 600 km, após observações com o Telescópio Espacial Spitzer. Como Sedna não tem luas, determinar sua massa é difícil, porém ele provavelmente está na faixa de 1,8–4,3 x 1021 kg.

Observações pelo telescópio SMARTS mostram que na luz visível Sedna é um dos objetos mais vermelhos do Sistema Solar, quase tão vermelho quanto Marte. Chad Trujillo e sua equipe sugeriram que a cor escura e vermelha de Sedna é causada por um revestimento de lodo de hidrocarboneto (ou tolina) na superfície, formado a partir de compostos orgânicos mais simples submetidos à radiação ultravioleta por muito tempo. A superfície é homogênea em cor e espectro; isso pode ser porque Sedna, ao contrário de objetos mais próximos do Sol, raramente recebe impactos de outros corpos, o que iria expor brilhantes manchas de gelo fresco como em 8405 Asbolus. Sedna e outros dois objetos distantes ((87269) 2000 OO e 2006 SQ) compartilham suas cores com objetos clássicos do cinturão de Kuiper e o centauro 5145 Pholus, sugerindo uma região de origem similar.

Trujillo e sua equipe colocaram como limites superiores, na composição da superfície de Sedna, 60% de gelo de metano e 70% de gelo de água. A presença de metano também apoia a presença de tolinas na superfície de Sedna, pois elas são produzidas por irradiação de metano. Barucci e sua equipe compararam o espectro de Sedna com o de Tritão e detectaram fracas bandas de absorção de gelo de metano e nitrogênio. Com essas observações, eles sugeriram o seguinte modelo da superfície: 24% de tolinas como as de Tritão, 7% de carbono amorfo, 10% de nitrogênio, 26% de metanol e 33% de metano.

 A detecção de gelo de metano e água foi confirmada em 2006 por análises fotométricas feitas pelo Telescópio Espacial Spitzer no infravermelho médio. A presença de nitrogênio na superfície sugere que, mesmo por pouco tempo, Sedna pode possuir uma atmosfera. Em um período de 200 anos perto do perélio a temperatura máxima em Sedna deve ser de 35,6 K (−237,6 °C), a temperatura mínima de sublimação de N2 (de sólido para gasoso).

 A 38 K a pressão de vapor do N2 seria de 14 microbar. No entanto, seu gradiente espectral vermelho indica altas concentrações de material orgânico em sua superfície, e suas fracas bandas de absorção de metano indicam que o metano em Sedna é antigo, e não recém-depositado. Isso significa que Sedna é muito frio para o metano evaporar de sua superfície e então cair de novo como neve, como acontece em Tritão e provavelmente em Plutão.


Classificação

O Minor Planet Center, que classifica oficialmente os objetos do Sistema Solar, classifica Sedna como um objeto disperso. No entanto, essa classificação é fortemente contestada, e muitos astrônomos sugeriram colocar Sedna e alguns outros objetos (como 2000 CR) em uma nova categoria de objetos distantes chamados objetos do disco disperso estendidoobjetos isoladosobjetos isolados distantes ou disperso-estendido na classificação formal da Deep Ecliptic Survey.

A descoberta de Sedna ressuscitou a questão de quais objetos deveriam ser considerados planetas e quais não deveriam. Em 15 de março de 2004, artigos sobre Sedna na mídia popular relataram que um décimo planeta havia sido descoberto. Essa questão foi respondida com a definição de planeta da União Astronômica Internacional, adotada em 24 de agosto de 2006, que afirma que um planeta precisa ter dominância orbital. Estima-se que Sedna tenha um parâmetro Stern–Levison muito menor que 1, e portanto não tem dominância orbital, mesmo com nenhum outro objeto conhecido em sua região.

 Para ser classificado como planeta anão, Sedna precisa estar em equilíbrio hidrostático. Seu brilho e seu tamanho são grandes o suficiente, então espera-se que Sedna seja um planeta anão. Mesmo não tendo sido classificado oficialmente como planeta anão pela UAI, muitos astrônomos o consideram como tal.


Exploração

O perélio de Sedna vai ser alcançado por volta de 2075–2076. Essa aproximação ao Sol fornecerá um oportunidade de estudo que não vai acontecer de novo por 12 000 anos. Embora Sedna esteja listado no site da NASA de exploração do Sistema Solar, a NASA atualmente não está considerando nenhuma missão para pesquisá-lo

Fonte: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.





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