Estudo encomendado pelo encontro de Davos
lista entre os fatores de risco não totalmente detectados a existência de vida
fora da Terra.
Um assunto geralmente confinado a grupos de
curiosos e cercado de ceticismo ganhou vitrina de alta exposição e público de
enorme influência: a vida extraterrestre. Um relatório divulgado na manhã desta
quarta-feira pela organização do Fórum Econômico Mundial, que se realizada de 23 a 27 de janeiro em Davos,
na Suíça, coloca em discussão o que chama de "Fatores X" — riscos que
podem surpreender, até por passar ao largo das preocupações mais comuns. Muitos
desses aspectos, conforme o texto do editor-chefe da revista científica Nature,
Tim Appenzeller, colaborador do fórum na análise dos riscos globais de 2013,
são consequências dos desafios científicos e tecnológicos.
Depois de se referir a riscos que estão mais
ou menos mapeados nas projeções econômicas, como mudança climática fora de
controle e custos da longevidade, Appenzeller aponta o tema que deve provocar
arrepios entre os participantes do fórum — e não por conta do frio que faz nesta
época na estação suíça de esqui de Davos: a descoberta de vida extraterrestre.
Conforme o autor, considerado o ritmo da exploração espacial, seria
"crescemente concebível" a decoberta de vida alienígena ou outros
planetas que permitam a vida humana.
Depois de lembrar que apenas em 1995 — há
menos de 20 anos — foram descobertas as primeiras evidências de outras estrelas
com planetas em sua órbita, Appenzeller afirma que milhares de
"explanets" orbitando em torno de estrelas distantes foram detectados.
A missão Kepler da Nasa, a agência espacial norte-americana, localizou a
chamada "zona Goldilocks" — nem tão quente, nem tão fria — com
estrelas semelhantes ao Sol depois de apenas três anos de operações, pondera o
autor. Esses milhares de planetas, afirma, seriam candidatos a ter vida ou até
a ser uma opção para os humanos fora da Terra. "Num prazo de 10 anos, nós
podemos ter evidências não apenas de que a Terra não é única mas que a vida
existe em outros locais do Universo".
Caso os astrônomos que estudam os
exoplanetas descubram sinais químicos da existência de vida — como a presença
de oxigênio —, recursos começariam a migrar para novos telescópios que estudem
em detalhe esses novos mundos, sustenta o analista. Novos sistemas de
financiamento e novos esforços intelectuais podem ser atraídos para os desafios
de voos espaciais tripulados e de tecnologias necessárias para a humanidade,
para permitir a sobrevivência na viagem interestelar.
Para
quem duvida da autenticidade do estudo, o trabalho pode ser conferido no site
doFórum Econômico Mundial.
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